
Cooperativas gaúchas investem R$ 1,25 bilhão em usina de biodiesel
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Cotrijal, Cotrisal e Cotripal lançam projeto que vai gerar mais de mil empregos e fortalecer a economia do Noroeste gaúcho.
Em uma iniciativa que exemplifica os princípios da intercooperação e do desenvolvimento sustentável, as cooperativas agropecuárias Cotrijal, Cotripal e Cotrisal anunciaram a construção de uma moderna usina de biodiesel em Cruz Alta/RS. O empreendimento, denominado Soli3, representa um investimento conjunto estimado em R$ 1,25 bilhão, com previsão de início das obras para janeiro de 2026.
Intercooperação como motor de transformação
A união entre as três cooperativas, que atuam em mais de 100 municípios e representam cerca de 35 mil associados, reforça o potencial do cooperativismo gaúcho para promover grandes empreendimentos. “A intercooperação é tanto uma realidade quanto uma necessidade. Com a união de três cooperativas, podemos aumentar significativamente nosso volume de produção, adquirir insumos em maior escala e negociar melhores preços”, afirma Nei César Manica, presidente da Cotrijal.
Segundo Manica, o projeto da Soli3 pode impulsionar a criação de um parque industrial, abrindo caminho para novas oportunidades de industrialização na cadeia produtiva. A governança da nova central será rotativa: no primeiro ano, presidida por Walter Vontobel (Cotrisal), seguida por Germano Döwich (Cotripal) e, no terceiro ano, por Nei César Manica (Cotrijal).
Estrutura e impacto regional
Cruz Alta foi escolhida estrategicamente para sediar a indústria devido à sua localização logística privilegiada, próxima a ferrovias e canais portuários. O complexo industrial será instalado em uma área de 138 hectares, na zona rural, às margens da rodovia Luciano Furlan. Serão 62 mil metros quadrados de área construída, com geração de cerca de mil empregos diretos durante a construção.
A usina terá capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia, transformando-as em óleo degomado, biodiesel, glicerina, farelo de soja e casca peletizada. A produção anual estimada é de 1 milhão de toneladas de soja, com faturamento projetado em R$ 2,2 bilhões por ano. A armazenagem será de até 160 mil toneladas de grãos, complementada pela infraestrutura das cooperativas fundadoras.
Além da produção, o complexo contará com estrutura para o transbordo ferroviário da soja própria, serviço que também será oferecido a outras empresas e cooperativas, fortalecendo a cadeia logística e comercial da região.
Sustentabilidade e inovação
O investimento será viabilizado com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio de linhas voltadas à inovação e transformação industrial. O projeto está totalmente alinhado aos princípios do cooperativismo, como interesse pela comunidade, preocupação com o meio ambiente e adesão à sustentabilidade. A usina contribuirá para a diversificação da matriz energética, redução de emissões e agregação de valor à produção agrícola regional.
Destaques
- Investimento de R$ 1,25 bilhão
- Faturamento projetado de R$ 2,2 bilhões por ano
- Volume anual de processamento de aproximadamente 1 milhão de toneladas de soja (cerca de 16,5 milhões de sacas)
- Processamento diário de 3 mil toneladas de soja (equivalente a 50 mil sacas por dia)
- Endereço: Rodovia Luciano Furlan, Zona Rural, Cruz Alta/RS
- Área total de 138 hectares, com 62 mil metros quadrados de área construída
- Previsão de início das obras: janeiro de 2026
- Previsão de início das operações: 2028
- Geração de empregos: cerca de mil postos de trabalho durante a fase de construção, 150 empregos diretos na nova indústria e aproximadamente 500 empregos indiretos
Produtos
- Biodiesel (600 toneladas/dia)
- Glicerina (60 toneladas/dia)
- Farelo de Soja (2.200 toneladas/dia)
- Casca de soja peletizada (180 toneladas/dia)
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