Agentes do cooperativismo participam de encontro sobre desenvolvimento de Recursos Humanos
Agentes do cooperativismo, profissionais que atuam nas cooperativas facilitando os procedimentos dos projetos junto ao Sescoop/RS, estão participando, desde ontem (22/08), do encontro “Desenvolvimento de Recursos Humanos – fator de sucesso para as cooperativas”. O evento é parte do acordo de cooperação bilateral do Sistema Ocergs-Sescoop/RS com a DGRV (Confederação das Cooperativas da Alemanha) e está sendo realizado no Centro de Formação Profissional Cooperativista, em Porto Alegre.
Para o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, os agentes são fundamentais para a organização que tem como objetivo promover o cooperativismo gaúcho – o Sescoop/RS. “Vocês são imprenscindíveis. O sucesso das cooperativas gaúchas depende dos executivos e das pessoas que estão na linha de frente, próximas à Direção”, afirmou Perius.
No primeiro dia, o encontro contou com as palestras de Christoph Plessow, representante da DGRV, e Stefan Daferner e Christopher Herweg, representantes da Akademie Deutscher Genossenschaften – Academia das Cooperativas Alemãs (ADG). Além de mostrar aos participantes as características gerais do cooperativismo alemão, as palestras abordaram especialmente os processos de desenvolvimento de pessoal no país europeu.
Para Arno Boerger, consultor da DGRV, coordenador do Projeto pelo lado alemão e mediador das palestras, projetos de Recursos Humanos são decisivos para o desenvolvimento das cooperativas, “na Alemanha, no Brasil, no mundo”. De acordo com Daferner, “cooperativas com colaboradores preparados conseguem resolver os problemas de mercado”. Por isso, as Academias alemãs têm fundamental importância para a atualização dos empregados – tanto nos aspectos legais quanto nos de mercado.
A preparação dos colaboradores de cooperativas alemãs é extensa. A capacitação passa por diversos módulos e leva a vários níveis. A avaliação de conhecimentos é constante e os alunos precisam provar que desenvolveram, de fato, todas as habilidades necessárias à função que almejam. “Uma pessoa recém-formada, por exemplo, tem muito conhecimento teórico e tecnológico, mas pouca prática”, afirmou Herweg. “Por isso, passará por um treinamento de um ano e meio até que se torne um gerente”. O palestrante explicou ainda que os alunos podem trabalhar em cooperativas diferentes a cada quatro meses durante o treinamento, expandindo assim seus conhecimentos e acumulando experiências.
Um item de destaque nas palestras foi o fato de os profissionais alemães valorizarem mais a qualidade de vida e perspectivas profissionais do que o salário em si. “A retenção de talentos nas cooperativas não se dá apenas pela parte financeira. Fatores como o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho têm mais importância”, ressaltou Boerger, baseado em pesquisas sobre o assunto.
Escoop
O diretor-geral da Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), Derli Schmidt, falou sobre o curso de graduação brasileiro. Daferner aproveitou para deixar um conselho aos vários alunos da Escoop presentes no evento: “Concentrem-se em determinadas áreas oferecidas no curso. É importante e sempre pode ajudar bastante conhecer cooperativas de outros países, ter experiências internacionais, aprender com os erros de quem já passou por determinadas situações”, disse ele, acrescentando um convite para os alunos conhecerem a Academia cooperativista alemã.
A auditoria externa nas cooperativas alemãs
Christoph Plessow, que falou sobre o sistema cooperativista alemão, destacou a importância da auditoria externa das cooperativas na Alemanha. Ele contou que, lá, todas as cooperativas fazem parte de uma federação regional e são auditadas todos os anos (com raras exceções de algumas, que são auditadas com a frequência de dois anos). “Não há nenhuma dificuldade com a auditoria externa de cooperativas na Alemanha”, afirma Plessow. “Ninguém se esquiva disso e as Federações fazem questão de fazê-la, além de poderem prestar consultoria sobre as dificuldades encontradas”.
Segundo os cooperativistas alemães, os auditores também passam por um extenso treinamento para desempenhar a função.
O evento
O evento acaba hoje à tarde (23/08). Além de Boerger, Daferner, Plessow, Herweg e Schmidt, participaram ainda Marco André Régis e Cristina Lansch dos Santos, colaboradores da Cotripal, que apresentaram o relatório prático de sua cooperativa, e Christoph Buschfort, que tratou do tema “Importância da qualificação e formação para auditores externos de cooperativas”.
No segundo dia, os participantes se reuniram em grupos para debater a atual situação e os futuros desafios no desenvolvimento de pessoal no Estado.
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