Grupo de Trabalho do Cooperativismo finaliza projeto
O Grupo de Trabalho do Cooperativismo Gaúcho reuniu-se na última terça-feira (30/08), na Expointer, para aprovar o texto do projeto de reestruturação do cooperativismo Agropecuário. O documento será entregue ao governador Tarso Genro nos próximos dias.
O Grupo foi constituído em abril deste ano e possibilitou o debate amplo entre o conjunto de agentes relacionados ao setor - cooperativas, governo e bancos estatais. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, o objetivo do governo é permitir que o cooperativismo se torne progressivamente mais eficiente e autônomo, favorecendo a intercooperação e o estreitamento das relações com os associados.
As principais políticas públicas sugeridas no projeto são:
1. Alteração da Lei do Fundopem/RS
Esta é uma das principais reivindicações das cooperativas ao governo. Pede-se que a concessão de recursos do Fundopem/RS seja condicionada à realização de programas de fomento para a produção de matérias-primas.
O secretário de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan, aponta a reformulação das políticas tributárias como um compromisso do governo estadual com o cooperativismo. Segundo ele, as cooperativas, que produzem matéria-prima, sofrem concorrência desleal das empresas que apenas compram essa matéria-prima no Estado. “Precisamos adequar a legislação para acabar com a disparidade de tributação entre pequenas empresas e cooperativas, inclusive com relação ao Fundopem”, disse o secretário. Ele ainda garantiu que a alteração da Lei do Fundopem/RS é uma das principais pautas do governo e que, por isso, o assunto será tratado à parte, em reunião com Tarso Genro na próxima segunda-feira (05/09).
2. Criação do Recoop RS
O Recoop/RS (Programa de Revitalização do Setor Cooperativo) seria criado para promover a recuperação e reestruturação patrimonial das cooperativas Agropecuárias, bem como seu saneamento financeiro. Entre outras medidas, o Recoop/RS deve aproveitar programas já existentes, como Procap-Agro e Prodecoop, paa capitalizar as cooperativas de produção agropecuária.
Em contrapartida, as cooperativas apresentariam projetos de reestruturação, capitalização, profissionalização da gestão, organização do quadro social e adesão ao projeto de acompanhamento pelo Estado. “Mantém-se a autonomia da cooperativa, mas o setor será acompanhado pelo governo”, explica Pavan.
3. Pró-cooperação: políticas tributárias e justiça fiscal
Pretende apoiar as cooperativas mediante concessão de incentivo fiscal àquelas que tiverem incremento na arrecadação de ICMS. O retorno seria proporcional ao volume de matéria-prima fornecida. O Grupo definiu, na reunião do dia 30/08, que 30% do retorno do ICMS será destinado ao fundo de aval (proposto pelas Federações como alternativa para atender às exigências das instituições financeiras para o acesso ao crédito), 35% para a cooperativa e 35% para a o produtor.
4. Criação de um sistema tributário para cooperativas nos moldes do Simples
Atualmente, as cooperativas estão excluídas dos benefícios do “Simples Nacional”, ficando em desvantagem frente às empresas privadas no pagamento de tributos. Propõe-se uma medida que dê tratamento diferenciado às cooperativas, concedendo redução de ICMS tendo como parâmetro o dobro do faturamento que é dado às micro e pequenas empresas pelo Simples RS.
5. Programa de extensão cooperativa
Fomento de programas voltados à qualificação da gestão e inovação tecnológica, apoio à educação cooperativa e intercooperação.
6. Programa gaúcho de agroenergia
Segundo o diretor do departamento de Cooperativismo do RS, Gervásio Plucinski, a ideia é “dar incentivos fiscais a quem produz energia limpa a partir de recursos naturais como a água, terra, sol, vento e resíduos da produção agropecuária. Incluem-se aí as PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) de até 5 MW.
7. Isenção de ICMS nas compras institucionais
Propõe-se a adesão do governo do RS ao Convênio ICMS nº 55/2011, que Autoriza os Estados a concederem isenção do ICMS nas operações internas com gêneros alimentícios regionais destinados à merenda escolar da rede pública de ensino adquiridos de produtores rurais, cooperativas ou associações.
8. Atualização legislativa e normativa do setor
Serão necessárias alterações (como na Lei do Fundopem) e criação de novas Leis (como a do Simples) para incorporar as propostas à legislação do Estado.
“Este documento resume o conjunto das discussões feitas pelos componentes do Grupo ao longo do tempo”, afirma Plucinski. De acordo com Pavan, a apresentação do Projeto a Tarso Genro será feita por componentes do Grupo.
O Grupo
O Grupo de Trabalho do Cooperativismo Gaúcho reuniu-se na última terça-feira (30/08), na Expointer, para aprovar o texto do projeto de reestruturação do cooperativismo Agropecuário. O documento será entregue ao governador Tarso Genro nos próximos dias.
O Grupo de Trabalho do Cooperativismo Agropecuário foi constituído em abril deste ano e possibilitou o debate amplo entre o conjunto de agentes relacionados ao setor - cooperativas, governo e bancos estatais. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, o objetivo do governo é permitir que o cooperativismo se torne progressivamente mais eficiente e autônomo, favorecendo a intercooperação e o estreitamento das relações com os associados.
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