Sistema Ocergs-Sescoop/RS participa do Fórum dos Grandes Debates da Assembleia Legislativa
Na manhã de hoje (08/06) o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS foi um dos painelistas de evento que debateu vocações econômicas e saídas para o RS no enfrentamento à crise estrutural do Estado. O evento foi aberto pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edson Brum e pelo governador do Estado, José Ivo Sartori. O evento acontece durante todo o dia no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Edson Brum, saudou e agradeceu a presença do governador José Ivo Sartori, de parlamentares, de autoridades do Poder Judiciário e de representantes de entidades da sociedade civil. Ele destacou que o Fórum é mais um esforço da Assembleia Legislativa no sentido de chamar a si a corresponsabilidade pelas questões fundamentais dos gaúchos, não somente dos temas da administração pública, mas também das questões de Estado em seu conjunto, salientou.
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, saudou a todos os parlamentares, autoridades e demais entidades presentes no encontro e agradeceu a Assembleia Legislativa pela realização dos debates. "O Rio Grande do Sul está como nunca diante de uma imperiosa necessidade de enfrentar grandes debates. Debates de futuro, debates de solidariedade e debates de soluções", sublinhou o governador ao destacar que é primordial colocar em primeiro plano "o conteúdo que mais importa lá na ponta, que é o atendimento às pessoas, especialmente àquelas que mais precisam daqueles que possuem a responsabilidade, seja ela política, econômica ou social".
Painelistas apontaram os gargalos da economia gaúcha
O cooperativismo e o empresariado alcançaram sugestões para o enfrentamento à crise estrutural do Estado ao apontar os gargalos da economia do Rio Grande do Sul, no painel da manhã desta segunda edição do Fórum dos Grandes Debates. O encontro discute a situação econômica e as potencialidades do Estado. Tanto Vergilio Perius, da OCERGS, quanto Walter Lídio Nunes, da Celulose Riograndense, e o jornalista Eugênio Esber, da Revista Amanhã, concordam que é preciso derrubar velhos conceitos para entrar no mundo moderno e através de gestão estratégica alcançar a convergência para a recuperação do Estado.
O cenário econômico nacional e a necessidade de refederalizar o país não deixam o Rio Grande do Sul numa ilha, iniciou o presidente da Ocergs, Vergilio Perius, apontando para seis impedimentos que comprometem o desenvolvimento do Estado: a burocracia, a educação, a questão energética, logística, financeira e tributária. Ele mostrou a contribuição do cooperativismo, que registra crescimento de 10,2% diante da estagnação do Estado, promove a inclusão econômica, financeira, mercadológica e social, como é o caso das Unimeds, que entregaram sete hospitais próprios e desafogaram o SUS em 1.200 leitos, conforme relatou aos participantes do Fórum. Presente nos municípios, em 2014 o cooperativismo distribuiu R$ 300 milhões aos seus associados, resumiu Perius, que apontou fontes de ressarcimento ao Estado, como é o caso da Lei Kandir que, atualizada, resultaria em R$ 30 bilhões de crédito. Mas o entusiasta do cooperativismo não acredita em mudança imediata de comportamento diante do esgotamento financeiro e da crise estrutural que paralisa do Rio Grande do Sul.
O jornalista Eugênio Esber, da Revista Amanhã, acredita que a unidade do Estado, do setor privado e da academia poderia resultar na busca do dinheiro, que é o gargalo que a curto prazo pode resolver a crise. Descrente nas forças políticas tradicionais, ele recusa o personalismo para encontrar soluções e acredita que o capital internacional deve ser atraído para fomentar e estimular o desenvolvimento, a geração de emprego e renda. Se as soluções intervencionistas não continuarem atrapalhando, o capital internacional pode surgir como alternativa, sugeriu Esber, acrescentando que os poderes estaduais, através de uma comissão, busquem no mundo modelos de regulação para situações específicas como os presídios, as estradas, o petróleo e todas as necessidades atuais, naturalmente submetidos ao mecanismo público de controle.
Superação e unidade
Diretor-presidente da Celulose Riograndense, Walter Lídio Nunes também alertou que a conjuntura econômica nacional afeta a crise gaúcha. Ele mostrou indicadores internacionais que confirmam o atraso brasileiro no estímulo ao empreendedorismo através das exigências burocráticas, limitações ao crédito, deficiências na infraestrutura e na educação, no combate ao crime organizado e à violência, a relação entre o capital e o trabalho, a queda vertiginosa na confiança nos políticos e a falta de transparência. É este cenário que confirma a falta de capacidade do país em competir no mundo globalizado, disse o empresário, ao criticar o descaso do Congresso Nacional em trabalhar a favor das reformas estruturantes, que alcançariam estas questões, preferindo a “tapeação” da reforma política ou a pauta da maioridade penal. A crise estadual é inegável e precisa de uma convergência social para encontrar a solução através de uma agenda comum, que passa por medidas impopulares e duras, mas sem procrastinar, disse. Apontou receitas de curto prazo que passam pela enxugamento da máquina estatal, embora não defenda o estado mínimo. Sugeriu a busca de exemplos em outros estados que estão conseguindo atrair investimentos, criticou a burocracia ambiental que trava novos empreendimentos e lamentou a incapacidade em aproveitar as hidrovias, alternativa ao esgotamento rodoviário. Para encontrar os arranjos produtivos transversais, como acontece na Finlândia, Canadá e Suécia, é preciso um programa de inovação competitiva, afirmou. Lídio Nunes não aponta culpados da crise, sugere a construção de convergências possíveis através da mobilização plural com proposta de governança, abandonando-se a dicotomia esquerda e direita.
Presenças
Participaram da abertura do encontro os deputados Vilmar Zanchin, Tiago Simon e Marcel van Hattem, o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Mauro Pinheiro, o defensor público-geral, Nilton Leonel Arneck Maria, o representante da Procuradoria-Geral do Estado, Mauro Silva de Souza, o presidente do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, conselheiro Cezar Miola, o diretor do BRDE, Odacir Klein, o representante do comandante-geral da Brigada Militar, coronel Antônio Osmar da Silva, além de representantes da Cientec, CRM, Fecomércio, Federasul, Fiergs, AMP, Apergs, Ajuris, Ocergs, ABTP, UFRGS, UERGS, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
O debate teve a mediação do jornalista André Machado e continua durante todo o dia de hoje.
Com informações da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa.
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