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Cooperativas de energia investem mais de 700 milhões na infraestrutura do Rio Grande do Sul

Cooperativas de energia investem mais de 700 milhões na infraestrutura do Rio Grande do Sul

Historicamente, as cooperativas gaúchas de infraestrutura têm realizado vultosos investimentos para levar energia e Internet aos pontos mais distantes dos grandes centros urbanos do Rio Grande do Sul. Ação essa que continua até hoje. Seis dessas cooperativas, Certel, Ceriluz, Coprel, Certhil, Creral e Certaja, por exemplo, somadas, já têm aportes anunciados e investidos que passam de R$ 750 milhões.

Um dos maiores investimentos será da Certel, de Teutônia, com a construção da hidrelétrica Bom Retiro, cujo custo é estimado em cerca de R$ 250 milhões. A usina, que será implementada no entorno de uma eclusa no rio Taquari, na região dos municípios de Bom Retiro do Sul, Lajeado, Estrela e Cruzeiro do Sul, terá uma potência instalada de 30 MW a 35 MW, podendo atender a uma cidade com em torno de 100 mil habitantes. A expectativa é que a unidade possa entrar em operação dentro de três anos.

“Para que haja desenvolvimento, a energia elétrica é uma condição indispensável, haja vista sua importância para que o mundo, literalmente, não pare”, comentou o presidente da Certel, Erineo José Hennemann. A Certel tem sido um importante agente na região, considerando todos os seus investimentos implementados ao longo de mais de 66 anos de história, sempre qualificando sua infraestrutura e disponibilizando um abastecimento confiável às comunidades. Para a alegria de toda a Cooperativa e seus associados, somou-se a este intento a aquisição do direito de construir uma hidrelétrica também na Barragem Eclusa, situada no Rio Taquari. Ou seja, disse Erineo: “estamos muito próximos do início das obras desta hidrelétrica, que já conta com barragem, faltando apenas a construção da casa de máquinas, por isto é motivo de muita alegria e orgulho para toda a comunidade da Certel”.

Já a Ceriluz, com sede em Ijuí, apenas nesse ano de 2022, iniciou a construção de duas centrais hidrelétricas – CGH Augusto Pestana e PCH Linha Onze Oeste – que juntas terão uma capacidade instalada de 25 MW e totalizarão R$173,5 milhões em investimentos. A obra mais adiantada é da CGH Augusto Pestana, no rio Conceição, de 1,4 MW, que deve estar operando em janeiro de 2023. A PCH Linha Onze, no rio Ijuí, por sua vez, representa um desafio maior e a expectativa é de estar operando comercialmente em janeiro de 2025, atendendo os primeiros contratos de fornecimento de energia firmados via leilões promovidos pelos órgãos reguladores do setor. “Esse foi um ano de grandes desafios na Ceriluz com a implantação de empreendimentos que por anos eram sonhados pela cooperativa e que agora estão saindo do papel. Hoje a PCH Linha Onze Oeste é uma realidade e as obras acontecem em ritmo acelerado”, destaca o presidente da Ceriluz Geração, Iloir de Pauli.

O objetivo da direção da Ceriluz é seguir explorando o potencial do Rio Ijuí, onde está com inventários para a construção de quatro usinas nos municípios de Santo Ângelo e Entre-Ijuís, que juntas devem totalizar mais de 70MW em potencial instalado, onde serão necessários investimentos de mais de R$ 500 milhões. Afluentes menores, contudo, também apresentam importantes potenciais na região e nesse sentido a Ceriluz está focada também no desenvolvimento de projetos de CGH. Além da Augusto Pestana, já mencionada, estão em fase adiantada de licenciamento as CGHs Ponte Nova (1,3 MW) e Coronel Barros (3,6MW), previstas para iniciarem a implantação em 2023. O objetivo da direção da Cooperativa é inserir essa energia na modalidade de Geração Distribuída (GD), distribuindo seus resultados entre os associados da Ceriluz Distribuição, garantindo assim tarifas mais baixas e acessíveis. Finalizando Iloir, disse: “Não temos outra intenção, a não ser gerar energia para beneficiar os nossos associados, sempre presentes e participantes no dia-dia de cooperativa.

No caso da Coprel, de Ibirubá, somente em 2022 a estimativa de investimento da cooperativa nas áreas de energia e comunicação é na ordem de R$ 121 milhões. Entre os empreendimentos que estão sendo conduzidos pela cooperativa está a PCH Tio Hugo, no rio Jacuí, com uma potência instalada de 10,9 MW. A unidade deverá entrar em operação comercial até maio de 2023. Junto com essa estrutura, será construída também uma subestação de energia. A cooperativa trabalha ainda na implantação da PCH Santo Antônio do Jacuí, que resultará em um desembolso de mais R$ 45 milhões. Além disso, tem mais o investimento de cerca de R$ 35 milhões, em conjunto com o governo gaúcho, em melhorias de rodovias. Segundo o presidente Jânio Stefanello, “estamos abrindo novos caminhos, para trazer bem-estar, produtividade e novas oportunidades, para as regiões onde atuamos e para o Estado. ”

A Certhil, no mês de novembro, realizou a reinauguração da Usina CGH Buricá, localizada entre os municípios de Independência e Inhacorá. Uma nova turbina com potência nominal de 1,39 MW e o novo gerador com 1.54 MW mais do que dobraram a capacidade de geração do Rio Buricá, passando de 1,39 MW para 3,24 MW de potência. Além da nova unidade geradora, a atualização dos painéis de controle e proteções das máquinas existentes fazem parte do investimento da cooperativa, que foi de R$ 12,5 milhões na obra. Neste mesmo dia a cooperativa Certhil completou 53 anos, com destaque pela conclusão de mais uma grande obra para a região. Com esse aumento de potência, o engenheiro eletricista da Certhil, Pedro Roman, informa que nos períodos de cheias do rio Buricá, será possível mais do que dobrar a energia gerada e com todas as estruturas modernizadas atender cerca de 40% da energia consumida pelos associados. Durante a cerimônia o presidente Celso Benedetti, na sua fala enalteceu e agradeceu o empenho e a dedicação de todo quadro de colaboradores da cooperativa, a confiança dos associados e destacou a presença de grande número de associados. “É fundamental a participação dos nossos associados e de nossa parte a busca contínua pela melhoria do atendimento e da prestação de serviços, sempre focada na qualidade da energia entregue aos mais de 9 mil consumidores, em 11 municípios da região”, lembrou o presidente Celso.

Por sua vez, a Creral, de Erechim, finalizou no primeiro semestre de 2022 as obras de uma usina solar fotovoltaica, na cidade de São Sepé, orçada em aproximadamente R$ 14 milhões. Continuando no campo das energias limpas, a cooperativa está envolvida com a instalação de uma termelétrica em Capivari do Sul que utilizará como combustível a casca de arroz. O uso desse material para a geração de energia configura uma destinação adequada para um resíduo que pode se tornar um problema ambiental. Essa usina deverá começar a produzir energia até o final de 2023. O presidente da Creral, João Alderi do Prado, ressalta que a cooperativa tem interesse em gerar energia com todas as fontes renováveis disponíveis na matriz energética brasileira. “A cooperativa está atuando em diversos estados do país, com a construção de usinas solares, em solo e flutuante, gerando energia através de biomassa e hidráulica, que nos proporciona oportunidades e nos capacita a trabalhar com tecnologias que podem ser replicadas para todo o Brasil, assim abrindo as portas para Creral”.

Por fim, a Certaja, de Taquari, iniciou no mês de outubro a operação de uma subestação de energia no município de Vale Verde e de uma linha de transmissão, com 25 quilômetros de extensão. O conjunto dos empreendimentos soma um investimento de R$ 26,7 milhões. Além de Vale Verde, os complexos irão beneficiar consumidores/associados das cidades de Passo do Sobrado, General Câmara, Santa Cruz do Sul e Rio Pardo. Renato Pereira Martins, presidente da Certaja Energia, destacou que este foi o maior investimento da história da Cooperativa. Além disso, apontou que tudo fluiu dentro da velocidade esperada e que a subestação deve alavancar o desenvolvimento das comunidades. "Para nosso orgulho, contamos com a presença dos prefeitos dos municípios atendidos, os vereadores e, em especial, da secretária estadual de infraestrutura Marjorie Kauffmann, uma pessoa que tem uma relação forte com as cooperativas. A presença dessas pessoas, para ver ‘in loco’ o que foi feito, é muito importante", analisou.

O superintendente da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs), José Zordan, ressalta que os aportes feitos por essas e outras cooperativas, tanto na área de Internet como no fornecimento de energia, rendem muitos frutos para o Estado. Essas ações possibilitam que muitas pessoas permaneçam no campo, principalmente os jovens. “A cooperativa continua sendo uma entidade, junto aos produtores rurais e da agricultura familiar, que incentiva, participado do desenvolvimento, proporcionando emprego e renda”, enfatiza Zordan.

Ele acrescenta que as cooperativas têm procurado investir em subestações e no reforço de redes de energia para que os cooperativados possam ter mais energia de qualidade e assim aumentarem sua produção e a produtividade. “Antigamente era uma questão de falta luz no campo, hoje é de força, de potência, para que, além do lado social proporcionado pela energia, possa se ter mais investimentos pelos produtores”, destaca o superintendente da Fecoergs. Já a Internet, segundo ele, é um elo importante para a aproximação com os associados, que demandam esse serviço. 

Para aprimorar ainda mais o atendimento nos segmentos de energia e de telecomunicação, Zordan recorda que está em andamento, uma parceria com o governo do Estado, o programa Energia Forte no Campo e outra ação que está sendo discutida e poderá se tornar muito em breve uma realidade, mais adiante é um programa para expansão da Internet no Campo.

O programa irá auxiliar na sucessão familiar, com a permanência dos jovens no campo e até a volta dos que migraram para as cidades, que foram em busca de trabalho, melhor educação e ensino superior. A chegada destas novas tecnologias na área rural, possibilitam que uma nova geração, altamente qualificada, impulsione a economia agrícola. Além disto, este programa de Internet facilitará a adoção de sistemas operacionais, instalação de maquinários inovadores, sensores e equipamentos, otimizando o trabalho das cooperativas agrícolas, aumentando a produção e a produtividade, e bem como irá melhorar a comunicação com as cooperativas de infraestrutura e dará melhor qualidade de vida ao homem do campo.

Fonte: Fecoergs

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