
Encontro de Agentes reúne lideranças cooperativistas na Casa do Cooperativismo
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Evento do Sistema Ocergs destaca temas estratégicos e reflexões sobre profissionalização, treinamentos e agenda política do setor.
Nos dias 8 e 9 de julho, a Casa do Cooperativismo, em Porto Alegre, foi palco do Encontro de Agentes, reunindo mais de uma centena de lideranças cooperativistas de todas as regiões do Rio Grande do Sul. O evento promovido pelo Sistema Ocergs teve início com uma programação intensa, voltada ao desenvolvimento humano, organizacional e político do cooperativismo gaúcho.
Na abertura, o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann, destacou três pontos fundamentais na atuação dos agentes cooperativistas: a efetividade das devolutivas nas cooperativas, a profissionalização do movimento e a centralidade da relação com os associados.
“Os recursos destinados às cooperativas são quase 100% aplicados, e isso exige trabalho e dedicação. Estamos saindo de um cooperativismo apenas representativo, e evoluindo para um modelo profissional. Não se trata apenas de sobreviver, mas de crescer, sempre mantendo o nosso diferencial: a conexão com o associado, que é dono, participa e define os rumos da cooperativa”, afirmou Hartmann.
Na sequência, o superintendente Mario De Conto apresentou as competências que o Sistema Ocergs vem desenvolvendo internamente, entre seus colaboradores, e externamente, no apoio às cooperativas. Ele também trouxe o novo conceito de atuação dos agentes cooperativistas: o de desenvolvimento humano e o organizacional.
O gerente de Relações Institucionais e Sindicais, Tarcísio Minetto, resgatou o histórico do Programa de Educação Política do Sistema Ocergs, iniciado em 2024, consolidado em 2025 e com avanços previstos para 2026. Ele adiantou que, para o próximo ano eleitoral, está prevista a criação de uma plataforma de agenda política com temas de interesse do cooperativismo.
Treinamentos no ambiente corporativo
A primeira parte da programação seguiu com o especialista Eduardo Granato, que conduziu a palestra sobre o ROI (retorno sobre investimento) em treinamentos corporativos. Ele destacou a importância de alinhar os treinamentos aos objetivos estratégicos das cooperativas e alertou para práticas que geram desperdício de tempo, energia e recursos por falta de planejamento, mensuração e responsabilização dos envolvidos. Granato também abordou questões comportamentais e geracionais que impactam a eficácia dos treinamentos no ambiente cooperativo.
“Não é todo mundo que vai ter o desejo de colocar em prática o que foi aprendido. É preciso clareza de propósito e estrutura para que o treinamento realmente gere impacto na organização”, pontuou.
A programação do Encontro de Agentes continuou ao longo desta terça-feira (08), com rodadas de alinhamento estratégico mediadas pelos gerentes de Desenvolvimento Cooperativista, Hélio Oliveira, de Inteligência de Dados, Cássio Triches, com divisão do público em salas temáticas.
Alinhamento estratégico e uso de novas tecnologias
No segundo dia de evento, seguiram os painéis por Agentes, os de Desenvolvimento Humano e os Organizacionais. Na palestra de encerramento, Sabina Deweik trouxe reflexões sobre o impacto da inteligência artificial no mundo do trabalho, ilustrando com cases de grandes empresas, como a Nestlé, que já aplicam IA em suas estratégias. Destacou que vivemos a era da obsolescência das habilidades, em que a velocidade exponencial das mudanças exige requalificação constante dos profissionais.
Sabina abordou o conceito de futuros dicotômicos, ressaltando a coexistência de avanços tecnológicos com a valorização do lado humano. Nesse contexto, apresentou os “4 Is” que diferenciam a inteligência humana da artificial: Intuição, Insight, Imaginação e Invenção.
Para ela, o papel do agente de cooperativismo é justamente ser o elo entre tecnologia e emoção, fazendo a diferença no ato criativo e na conexão genuína com as pessoas.
Segundo dados apresentados, até 2030, a transformação tecnológica criará 170 milhões de novos empregos, ao passo que 92 milhões deixarão de existir, reforçando a urgência da adaptação e do protagonismo humano.
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