Mulheres devem buscar participação nas cooperativas
A presença das mulheres nos cargos de chefia das cooperativas foi o tema principal do Encontro das Mulheres Conselheiras de Cooperativas, que ocorreu na sexta-feira (06/03), em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no dia 8. O evento, promovido pelo Sistema Ocergs-Sescoop/RS, reuniu mais de 100 lideranças femininas de cooperativas gaúchas, em Porto Alegre. Durante sua saudação inicial, o vice-presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Irno Pretto, convocou as mulheres a serem porta-vozes do novo cooperativismo gaúcho, em prol de uma sociedade mais justa.
O presidente do Sistema, Vergilio Perius, lembrou a evolução da mulher cooperativista, que antes não participava por considerar que apenas a associação do marido era suficiente e, quando tinha ligação com a cooperativa, não tinha direito de opinar nas decisões. “Ainda hoje, esse é o retrato social em algumas cooperativas. Mas as mulheres têm que buscar mais que participar, tem que se associar, ter vez e voz nas cooperativas”, afirmou.
Perius aconselhou, ainda, que as mulheres se considerem capazes de participar do processo cooperativista; que busquem igualdade, cooperação, liberdade; que não formem cooperativas de gênero, pois isso fere os princípios do cooperativismo; que busquem informação, capacitação, crescimento e liderança nas cooperativas.
TRABALHADORAS RURAIS
Estar associada a uma cooperativa pode facilitar a aposentadoria da trabalhadora rural. O que garante isso é a Lei n° 8. 213, de julho de 1991, que dispõe sobre os Planos da Previdência Social e diz que a mulher poderá se aposentar por idade “desde que comprove o exercício da atividade rural, ainda que descontínua, no período anterior ao requerimento do benefício”.
A comprovação da atividade rural é usualmente realizada através de comprovante da entrega de produção que, se oficializada somente em nome do produtor associado da cooperativa, sua esposa e filhos poderão ter problemas para obter a aposentadoria. Por outro lado, se a entrega da produção é efetivada em nome da esposa ou do filho não associados à cooperativa, o Ato Cooperativo não se configura e haverá tributação sobre essa produção. “Portanto, além de facilitar a obtenção de benefícios legais, a associação da mulher representa uma importante contribuição para ela e sua família”, disse Perius.
EVENTO
O Encontro das Mulheres Conselheiras de Cooperativas teve a palestra “Os novos desafios da mulher em tempos de mudança”, com Eduardo Tevah. As participantes se emocionaram com a poesia “Retrato – Romance das mulheres dos guerreiros”, declamada por Liliana Cardoso. A cantora Fátima Gimenez executou o Hino Sul-riograndense e Daniel Torres fez apresentações durante todo o evento, cantando seus sucessos. Estiveram presentes, ainda, durante a abertura, o presidente da Certel, Egon Hoerlle, e o presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Sebastião Melo.