Instituto e Federação Unimed/RS promovem Seminário de Sustentabilidade 2016
No dia 16 de dezembro, o Seminário de Sustentabilidade 2016 reuniu, no Salão de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre, lideranças e colaboradores do Sistema Unimed-RS dispostos a refletir e aprender mais sobre investimento social privado, foco dos debates da parte da manhã. O presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS e o diretor técnico sindical da Ocergs, Irno Pretto, prestigiaram o evento.
Com seis anos de história, o Seminário de Sustentabilidade é uma realização do Instituto Unimed/RS e da Federação Unimed/RS. O evento, cujo objetivo é abrir espaço para a discussão de assuntos de interesse econômico, social e ambiental, conta com o apoio da Unicred Central, da Uniair, da Unicoopmed, do Sescoop/RS e do IBBCA.
A programação foi aberta pelo diretor administrativo do Instituto, Alcides Madelli Stumpf, que comemorou a realização do encontro, resultado de quase uma década de trabalho. “O Instituto, em 2017, faz 10 anos, sendo sete de efetiva atividade, que, no início, foi voltada a aspectos políticos e culturais; e agora temos nos voltado à sustentabilidade, que está ancorada no tripé econômico, social e ambiental”, rememora.
O primeiro painel do dia, mediado pelo diretor administrativo e financeiro da Federação, Gerson Reis, trouxe Beatriz Johannpeter para falar sobre “Investimento Social Privado: contexto e possibilidades”. A presidente do Conselho de Governança do Grupo de Institutos Fundações e Empresas (GIFE), fundado em 1995 e referência nacional no assunto, ao abordar o tema e dar um panorama da questão no Brasil, reforçou que investimento social privado é o repasse voluntário de recursos privados para o bem público, como projetos sociais, ambientais e culturais. Repasse esse que deve ser feito de forma planejada, monitorada e sistemática. Para ela, é preciso responder aos steakholders, que estão mais críticos e maduros, razão pela qual, cada vez mais, as empresas têm colocado a sustentabilidade na sua estratégia. No entanto, isso não basta. Mais do que responder a uma demanda, é preciso “liderança social”, para inovar em produtos e serviços, em cumprimento a uma missão, crença ou ideologia.
Na sequência, e em sintonia coma fala da primeira palestrante, o publicitário Cristiano Fragoso, diretor de planejamento criativo da agência Debrito e designer de inovação da Plim!, buscou responder a pergunta “Como engajar as organizações para o investimento social privado?”. No painel, mediado pelo presidente da Unicoopmed, José Mirenda, Fragoso começa dizendo que “marcas vão além da dimensão óbvia e são, muitas vezes, o ativo mais valioso de uma empresa”. Segundo ele, as 10 grandes marcas com maior valor do mundo têm menos de 15 anos de criação. Ao trazer exemplos como Uber e AirBnB, chamou a atenção para uma mudança de cenário, pautada pelo fim da verticalidade, pela colaboração e pela transparência. “E o que as marcas têm a ver com tudo isso? Mudou a lógica com que elas se relacionam com as pessoas”, provoca. Para o especialista em inovação, vivemos num mundo em beta, em constante transformação, e a postura das empresas precisa mudar: “Hoje em dia uma marca tem que entender que o que ela entrega é muito mais do que um produto e um serviço, ela têm que se relacionar com as pessoas”, conclui.
Selo de Sustentabilidade
Durante o evento, foi realizada a entrega do certificado das três categorias do Selo de Governança e Sustentabilidade da Unimed do Brasil, às seguintes Unimeds gaúchas: Alto Jacuí (categoria bronze); Alto Uruguai, Central–RS, Federação, Fronteira Noroeste, Missões, Noroeste/RS, Pelotas, Vale das Antas e Vale do Sinos (categoria prata); Erechim, Nordeste-RS, Porto Alegre e Vales do Taquari e Rio Pardo (categoria ouro).
Responsabilidade Social é coisa séria
Em comemoração aos seus 15 anos, Café com Política traz o filósofo e autor de best-sellers Mario Sergio Cortella para provocar a plateia
“Responsabilidade social é uma coisa séria, mas não é uma coisa triste, não se deve confundir seriedade com falta de alegria”. A sentença poderia resumir a fala do filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, convidado para compartilhar seu conhecimento na última edição do Café com Política de 2016. O painel integrou a programação da tarde do Seminário de Sustentabilidade e foi mediado pelo diretor do Instituto Unimed/RS, Alcides Mandelli Stumpf, e pelo diretor de Gestão Organizacional e de Integração da Unimed/RS, Jorge Martines.
Ao falar sobre alegria e senso de propósito, Cortella esclarece que “o contrário de seriedade é o descompromisso, e que a seriedade pode ser alegre”. Nesse espírito, ele ressalta que a responsabilidade social não se esgota na filantropia e no voluntariado: “ela ultrapassa a organização, ela é uma atitude diante da vida, para além de uma existência fútil”.
“É proibido resmungar”. A 34ª regra da Ordem Beneditina é clara e, para Cortella, deveria ser o mantra dos nossos tempos, especialmente no Brasil, “lotado de gente que diz que não há o que fazer”. Porém, “não é proibido discutir, debater ou discordar”, reforça, logo completando que “a responsabilidade social é a resposta positiva ao ato do mero resmungão”.
E se responsabilidade social é alegria e resposta positiva ao pessimismo, é, acima de tudo, partilha. Para esclarecer isso, o filósofo parte do princípio da vida boa, uma vida sem carência, com suficiência. E, principalmente, “é preciso entender que vida boa, para ser ética, tem que ser pra todos e todas”, destaca. Ou seja, qualidade de vida não tem a ver com privilégio. Segundo ele, nós, no entanto, estamos perdendo a ideia de suficiência e partilha e começando a caminhar na linha do desperdício, intensificando um mundo de diferenças, de poucos com muito e muitos com pouco.
E, instigando os presentes, o autor do recente “Por que fazemos o que fazemos” assevera: “a responsabilidade social que é seria exige algumas renúncias, ética não é cosmética, não é coisa de fachada”. “Um instituição justa é aquela que oferece abundância a todos e todas”, completa.
O Café com Política
O Café com Política, promovido pelo Instituto Unimed/RS, já alcança 15 anos de história. Ao longo de sua trajetória, o evento trouxe a Porto Alegre palestrantes de renome nacional e internacional, sempre abrindo espaço para a discussão de temas de interesse profissional, cooperativo, corporativo e de cidadania.
Sobre o palestrante
Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor com mestrado e doutorado em educação. É autor de “Não espere pelo epitáfio!”, “Não nascemos prontos!”, “Não se desespere!”, “Ética e vergonha na cara!” (com Clóvis de Barros Filho), e a recente “Por que fazemos o que fazemos?”, entre muitas outras obras.
Fonte: Instituto Unimed RS
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