Ocergs apresenta demandas do cooperativismo gaúcho para Sartori

A Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) promoveu no dia 6 de novembro, no Centro de Formação Profissional Cooperativista, uma reunião-almoço com o governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori. Na pauta, a apresentação das propostas e projetos de políticas públicas dos ramos do cooperativismo gaúcho para a nova gestão do governo estadual, presentes no documento “Plataforma para Governos e Parlamentos: 2015 a 2018”, publicado pela Ocergs neste ano.

O discurso de abertura foi do presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius, que saudou o governador eleito e agradeceu a presença de todos. Perius falou sobre a importância da criação de uma Subsecretaria do Cooperativismo para cuidar dos assuntos dos 13 ramos do cooperativismo gaúcho. Dentre as propostas destacadas, o presidente do Sistema também explanou sobre a proposição que incentiva o ensino médio profissionalizante, principalmente com as escolas agrícolas do interior, além do ensino superior, onde a proposta é buscar uma parceria entre a Uergs e a Escoop, enfatizando o ensino tecnológico.

Perius também falou sobre a importância de pleitear junto ao Ministério do Trabalho e Emprego um programa para o jovem aprendiz no campo, com conteúdo ligado ao meio rural, somando à proposta de ajudar o jovem no interior. “Nós queremos o senhor como parceiro”, enfatizou Perius, ao citar a busca por uma parceria com o futuro governador na consolidação deste projeto.

Paulo Pires fala sobre o cenário do ramo Agropecuário

O presidente da FecoAgro/RS e diretor-secretário da Ocergs, Paulo Pires, explanou sobre alguns temas importantes no ramo Agropecuário. O dirigente cooperativista reforçou a importância dos investimentos na irrigação, para auxiliar no desenvolvimento da cadeia produtiva do setor agropecuário.

“Eu sei a importância da irrigação, para não termos mais este eletrocardiograma de um dia bater recorde de produção no Rio Grande do Sul, e isto influenciar diretamente na economia do Estado, e no outro ano nós termos fustração”, afirmou o presidente da FecoAgro/RS, enfatizando a relevância do Programa de Irrigação Mais Água mais Renda.

Paulo Pires também abordou a necessidade de uma mudança na liberação das licenças ambientais, citando que hoje o Departamento de Recursos Hídricos e a Fepam tem o gargalo das demandas de financiamento por parte dos produtores. Segundo o dirigente, é necessário agilizar os processos para tornar esta liberação menos burocrática, como por exemplo, a liberação de depósitos e armazéns para defensivos, que auxiliaria muito as cooperativas que cresceram muito na comercialização de defensivos nos últimos tempos.

O sistema de transporte também foi pauta do encontro. Para o presidente da FecoAgro/RS é preciso uma parceria para agilizar o fluxo de produtos. O discurso foi reforçado pelo vice-presidente da CCGL, Darci Hartmann, que também falou sobre o transporte hidroviário, ressaltando os dois terminais portuários da CCGL, Termasa-Tergrasa, que exportam hoje 74% de todo grão produzido no RS, demonstrando a pujança do cooperativismo gaúcho.

Propostas do ramo Saúde são destacadas pelo diretor técnico sindical da Ocergs, Irno Pretto

O ramo Saúde esteve representado pelo diretor técnico sindical da Ocergs, Irno Pretto, que explanou sobre as propostas do setor para o governador eleito do RS. Pretto ressaltou a importância da realização de parcerias público-privadas entre as cooperativas de Saúde e o Governo Estadual, como o Programa Saúde da Família, a regionalização de atendimento de complexidades (hospitais e consultórios), associados do Ipê, com atendimento odontológico a R$ 20,00 por mês por funcionário, com desconto ou bonificação em folha de pagamento dos funcionários que apresentarem plano de saúde odontológico, além do Cárie Zero – Ano 2015 a 2018.

Outras propostas do cooperativismo gaúcho

Entre as propostas do cooperativismo gaúcho apresentadas, o programa Bolsa Família também foi citado, com a proposição de que as pessoas beneficiadas possam trabalhar meio dia na obra e meio dia possam ter acesso a um ensino profissionalizante. A proposta geraria 500 mil casas populares e 500 mil pessoas se emancipariam do Bolsa Família após dois anos de capacitação profissional.

Os dirigentes cooperativistas também apresentaram proposições que incidem em outros ramos do cooperativismo, como a logística e transporte de cargas por modais ferroviário e hidroviário; a participação da Ocergs nos colegiados da Agergs e Fepam; a realização de convênios com cooperativas de Crédito para prestação de serviços de arrecadação de tributos estaduais e acesso aos canais de desconto e consignação em folha, beneficiando os servidores públicos; renovação da frota de veículos de transporte com condições especiais de financiamento; investimentos na geração de energia bifásica e trifásica para o produtor rural; facilitação ao “Crédito Procaminhoneiro” do BNDES, através dos bancos estaduais (Badesul, BRDE e Banrisul) ou cooperativas de Crédito, visando à aquisição de veículos do segmento de transporte rodoviário de cargas; e auxílio nos gargalos existentes na construção de PCHs.

Governador eleito do RS destaca importância do movimento cooperativista

O governador eleito do Estado, José Ivo Sartori, afirmou conhecer a história e o trabalho das cooperativas e disse que vai querer levar as proposições para debater com a equipe técnica de transição. “Diálogo não vai faltar da nossa parte”, destacou Sartori ao colocar-se à disposição para levar adiante aquelas ideias que beneficiam o desenvolvimento e o crescimento do RS.

O futuro governador do RS disse que sabe da importância que o movimento cooperativista tem na vida econômica, social e politica do Estado. Sartori disse que é necessário ter uma capacidade estratégica de elaborar um plano de desenvolvimento regional, abrangendo todas as regiões do RS, para que haja mais equilíbrio com as economias localizadas em cada município e regionalmente.

O governador eleito afirmou que o cooperativismo gaúcho é um agente importante na formação profissional, que pode contribuir no desenvolvimento do ensino de qualidade no RS.
Por fim, Sartori reiterou em seu discurso a necessidade da cooperação para criar um cenário de mudança no Estado. “Sem cooperação, sem envolvimento, sem participação efetiva não se faz a sustentação política da mudança”, afirmou ao ressaltar que precisará de determinação e coragem para enfrentar aquilo que tem que ser enfrentado para construir uma nova sociedade e uma nova economia para o Rio Grande do Sul.

Estiveram presentes na reunião o presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Vergilio Perius; diretor técnico sindical da Ocergs, Irno Pretto; presidente da FecoAgro/RS e diretor-secretário da Ocergs, Paulo Pires; presidente da Cosuel e do Instituto Gaúcho do Leite (IGL), Gilberto Piccinini; presidente da Rede Transporte e diretor da Ocergs, Abel Moreira Paré; presidente da Fecoergs e diretor da Ocergs, Jânio Vital Stefanello; presidente da Fetrabalho e diretora da Ocergs, Margaret Garcia da Cunha; presidente da Central Sicredi Sul e diretor da Ocergs, Orlando Borges Müller; presidente da Expodireto Cotrijal, Nei César Mãnica; presidente da Coopeb e diretor da Ocergs, Valdir Feller; presidente da Cooperativa Piá, Gilberto Kny; os deputados Heitor Schuch, Edsom Brum e Maria Helena Sartori; superintendente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Norberto Tomasini; diretor da Escoop, Derli Schmidt, dirigentes de cooperativas e gerentes do Sistema.