Câmara Temática está preocupada com a qualidade do leite
A adição de água e insumos nocivos à saúde no leite foi denunciada pelo delegado federal do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Francisco Signor, na reunião da Câmara Temática do Leite (CTL), que ocorreu hoje (09/10), na Sede do Sistema OCERGS-SESCOOP/RS. Segundo ele, a fraude extrapola a questão econômica, apresenta um aumento de cerca de 20% no volume do leite, com a mistura de outras substâncias. Signor elogiou a iniciativa do Sistema em criar uma câmara que discute exclusivamente assuntos relacionados ao leite, e ainda se preocupa com as questões relacionadas: “Queremos trabalhar em parceria para combater tal prática”.
Signor garantiu que o Ministério da Agricultura irá firmar um termo de cooperação com o Ministério Público gaúcho, ainda este mês, para auxiliar na fiscalização. O órgão pretende ainda, envolver a Secretaria da Agricultura no processo, e ampliar a quantidade de fiscais. “É preciso de conscientização e capacitação para que a fraude não comprometa o mercado promissor do leite no Rio Grande do Sul. Cabe à sociedade auxiliar a cumprir a lei, e denunciar irregularidades”, afirmou.
O Médico Veterinário, Chefe da Divisão Técnica Agropecuária do Mapa do RS, José Francisco Hoff, que também participou da reunião, explicou que se não houvesse tais fraudes, o leite gaúcho teria melhores condições no mercado internacional. “O maior problema é o ‘freteiro’ que age junto aos produtores”. Hoff disse ainda que as cooperativas deveriam pressionar, junto aos órgãos competentes, em Brasília, o credenciamento de laboratórios para a análise do leite cru, pois da forma como a análise é feita hoje, no produto final, acaba penalizando as cooperativas, que atuam na ponta.
De acordo com o presidente do Sistema OCERGS-SESCOOP/RS, Vergilio Perius, as cooperativas primam pela excelência dos produtos, e respeitam o consumidor e produtor. Segundo ele, como parte do problema está relacionado ao transporte do produto, poderia se firmar uma parceria com as cooperativas de transporte, aplicando o princípio da intercooperação e garantindo a qualidade final do leite. “O Rio Grande do Sul possui 30 cooperativas de leite que produzem cinco milhões de litros por dia. O Ramo transporte têm condições de atender esse número e trabalhar com qualidade”, ressaltou.
MAPEAMENTO - Durante a reunião foi apresentado ainda, o projeto de mapeamento das áreas de atuação das cooperativas com atividade leiteira no Estado. Foram apontados os municípios de abrangência de cada empresa e as cidades que possuem mais de uma cooperativa de leite. O estudo será aprofundado, para traçar novas diretrizes e otimizar o trabalho do setor. A próxima reunião da Comissão Temática do Leite tem data prevista para 27 de novembro.
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